Conheça na árvore da Eugenia a representação do pensamento eugenista e o movimento de oposição a ele que propõe um mundo sem preconceitos

 

Figura 1. Árvore da eugenia. Ilustração utilizada no 2°e 3° Congresso Internacional de Eugenia, ocorridos respectivamente nos anos de 1921 e 1932, ambos na cidade de Nova York. Crédito: File:A decade of progress in Eugenics. Scientifi Wellcome L0032341.jpg – Wikimedia Commons/adaptada por Invivo

 

Você sabe do que se trata a figura acima? A chamada Árvore da Eugenia mostra uma das imagens mais famosas criadas no auge do movimento eugenista, um conjunto de teorias em alta nos séculos 19 e 20 que propunha a melhoria biológica dos seres humanos – hoje, compreendido como altamente racista.

 

Saiba mais:

O que é eugenia?

 

Produzida para o Segundo e Terceiros Congressos Internacionais de Eugenia, realizados em Nova York, nos anos de 1921 e 1932, a imagem compara a eugenia com uma árvore forte, com muitos ramos, sustentada por raízes profundas. A ideia era mostrar que a eugenia era apoiada e nutrida por diferentes campos científicos, como a biologia, a genética, a medicina, a psiquiatria, estatística, entre outros. Os eugenistas acreditavam que sua ciência era, ao mesmo tempo, uma síntese e uma aplicação de todas as outras ciências. Para eles, a eugenia era uma ciência poderosa!

O movimento eugenista é um exemplo de como a ciência pode ser perigosa caso ela não esteja inspirada pelos ideais de igualdade e da democracia. A crença no melhoramento dos seres humanos pode levar a consequências trágicas, tais como o fortalecimento do racismo, a esterilização de pessoas, ou mesmo o regime nazista (1933-1945), na Alemanha. Esta ideologia de extrema-direita que surgiu na Alemanha na década de 1920 foi responsável pelo assassinato de milhões de pessoas.

A árvore antieugenia

O movimento antieugenia é como um guarda-chuva que combate todo o tipo de preconceito e luta por um futuro mais justo para todas as pessoas.

Como escreveu a artista e ativista Judy Dow em sua obra de arte ‘A Árvore Testemunha’ (2021), “a Antieugenia é uma criação coletiva de um mundo justo e saudável para todos”. A árvore da antieugenia é alimentada pelas raízes do amor, da reciprocidade, da educação, da memória, da reparação e muito mais.

 

 

Por Robert Wegner e Angelo Nicoladeli, historiadores, Casa de Oswaldo Cruz-Fiocruz