Por: Maria Ramos
Causada pelo protozoário Babesia microti, e transmitida por carrapatos do gênero Ixodes, foi descoberta em 1957, na Iugoslávia, e identificada pela primeira vez no Brasil, em 1983, no estado de Pernambuco. Desde então, foram registrados poucos casos no país, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entretanto, por ser pouco estudada, ainda não é possível medir o alcance da babesiose humana.
Até o momento, não se sabe que animal pode estar servindo de reservatório da doença. Mas pesquisas realizadas pelo departamento de Entomologia da Fiocruz, em parceria com o de Protozoologia/Fiocruz, revelaram a presença do parasita da babesiose humana em roedores, o que leva os pesquisadores a desconfiar destes animais.
Depois que a pessoa é picada pelo carrapato infectado, os sintomas aparecem, aproximadamente, dentro de sete a 28 dias. O paciente apresenta um quadro clínico similar ao da malária, com febres intercaladas, anemia, problemas intestinais, cansaço, dor no corpo, dor de cabeça, e calafrios.
Se não for diagnosticada e tratada corretamente, a babesiose humana pode levar à morte. Mas nem todos desenvolvem as formas mais graves da doença. Muitos, inclusive, não apresentam sintoma algum de infecção.
A babesiose é um sério problema de saúde animal no Brasil e no mundo, atingindo, sobretudo, o gado bovino. Popularmente chamada de “tristeza bovina”, ela é transmitida a estes animais, no nosso país, principalmente pelo carrapato-de-boi (Boophilus microplus). A enfermidade é de grande importância econômica devido às perdas diretas e à restrição de movimentação dos animais, em consequência de quarentenas obrigatórias. Atualmente, a vacinação é a melhor forma de prevenir a babesiose bovina em animais em situação de risco.
Data Publicação: 17/01/2022