Por: Daniele Souza
Você já deve ter lido, no jornal, ou visto na televisão, pedidos de doação de sangue, para pessoas que estão internadas, em tratamento, ou tiveram algum problema. Embora existam vários sistemas de grupos sanguíneos no sangue, um dos mais importantes para a transfusão de sangue é o sistema ABO.
Se você já olhou o documento de seus pais, viu que as pessoas têm o sangue classificado em grupos e subgrupos: ABO (A, B, AB e O) e os Rh (positivo e negativo). A maior parte da população brasileira possui os sangues tipo O e A. Com relação ao fator RH, os negativos são os mais raros.
Sistema ABO
No início do século XX, um pesquisador austríaco, Karl Landsteiner, descobriu, ao trabalhar com transfusões sanguíneas, que havia incompatibilidade entre alguns tipos de sangue; se misturados, ocorria aglutinação (formação de grupos de hemácias). Landsteinter concluiu a existência de quatro tipos sanguíneos, chamados de A, B, AB e O, formando o Sistema ABO. Isto foi extremamente importante para não existir incompatibilidade entre o doador de sangue e o receptor, na transfusão sanguínea.
Na superfície das hemácias, existem antígenos, chamados aglutinogênios, que são responsáveis pela determinação do tipo sanguíneo. Já as aglutininas, encontradas no plasma sanguíneo, são anticorpos que reagem com os aglutinogênios.
Pessoas do grupo sanguíneo A possuem aglutinogênio A nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma. Pessoas do grupo B possuem aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma. Pessoas com sangue AB possuem aglutionogênio AB e não possuem aglutinina. Pessoas de grupo sanguíneo O não possuem aglutinogênio, mas possuem aglutinina anti-A e anti-B no plasma.
Conforme as experiências realizadas por Karl Landsteiner, por exemplo, uma pessoa do tipo sanguíneo B não pode receber sangue do tipo A, pois possui aglutinina anti-A. Isto quer dizer que, se o sangue A por recebido, as hemácias vão aglutinar, formando trombos que podem causar embolia (obstrução de um vaso, frequentemente uma artéria, pela migração de um corpo estranho (êmbolo).
Fator RH
Da mesma forma, quem é classificado como fator RH+ possui uma proteína chamada antígeno D na superfície das hemácias. Este fator RH é de extrema importância na segunda gravidez, se a mãe for RH negativo e o primeirobebê for RH positivo. Isto porque, quando o sangue do bebê fator RH positivo entra em contato com a mãe RH negativo, por ocasião do parto, o organismo da mãe fica “sensibilizado”, ou seja, ele faz anticorpos contra o fator RH. Assim, no caso de uma segunda gravidez, se o filho for RH positivo, o corpo da mãe pode reagir ao antígeno D e produzir anticorpos contra o segundo bebê, causando uma doença chamada eritroblastose fetal ou doença hemolítica por incompatibilidade de RH.
Na eritroblastose fetal, os anticorpos da mãe destroem as hemácias do bebê. Os sintomas vão de icterícia e anemia leves a graves, fígado e baço aumentados, deficiência mental, surdez, paralisia cerebral até a morte durante a gestação ou após o parto.
O melhor tratamento para esta moléstia é a prevenção e deve começar antes da gravidez. Logo após a mãe RH- dar à luz a um filho RH+ (ou após aborto, gravidez tubária ou transfusão de sangue inadequada) ela recebe uma injeção de anticorpos anti-RH.
Contudo, no caso de um bebê que nasça com eritroblastose fetal, ele é submetido a uma transfusão, que substitui seu sangue por outro RH-. As hemácias transferidas vivem cerca de três meses e vão ser substituídas aos poucos pelo sangue do próprio bebê. Na ocasião já não mais haverá anticorpos anti-RH da mãe no sangue da criança.
Doação de sangue
Em geral a doação de sangue pode ser feita por pessoas entre 16 e 69 anos, em boa saúde, com peso superior a 50 kg. Tire suas dúvidas com relação à doação de sangue:
Fontes de informação:Tipos sanguíneos – Ciência Hoje das CriançasSistema ABO – Só Biologia
Sistema ABO – InfoEscola
Data Publicação: 01/12/2021