Por: Rosilene Ricardo
Como já diziam Lulu Santos e Nelson Motta, “nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia”, mesmo sem saber que naquela década de 80, um famoso mosquito estaria chegando para mudar totalmente nossas vidas: o Aedes aegypti, que adora colocar seus ovos em água parada que nós mesmos deixamos por aí.
O Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela, é um inseto cosmopolita, encontrado principalmente em locais de grande circulação humana. Vive dentro das casas (sob mesas, cadeiras, armários etc.) e se alimenta da seiva das plantas.
Somente a fêmea transmite essas doenças, quando pica o homem em busca de sangue, que é usado para amadurecer seus ovos. Ela ataca durante o dia, principalmente ao amanhecer e no final da tarde, e não sobrevive a temperaturas acima de 30ºC.
A dengue se caracteriza pelo aumento da concentração das células do sangue e pela diminuição de plaquetas (encontradas no sangue).
Há dois tipos de dengue, a clássica e a hemorrágica. O principal sintoma é uma febre alta e dores articulares e atrás dos olhos. Outros sinais que podem aparecer: dores articulares, ósseas, erupções na pele (parecido com rubéola), coceiras, náuseas, vômitos, tonturas ao sentar ou levantar e hemorragias.
Há quatro tipos de vírus da dengue. Quem já teve um tipo, fica imunizado contra ele, ou seja, não pega outra vez. Mas pode pegar os outros tipos. E o que é pior: quando esta pessoa é infectada por um outro tipo, muitas vezes têm sintomas mais graves e pode até morrer.
Isto dificulta a produção de uma vacina eficaz contra a dengue. Para entender o porquê disto é preciso lembrar como funciona uma vacina: injetamos na pessoa uma solução que contém o microrganismo que causa a doença. Só que, neste caso, o microrganismo está morto, enfraquecido ou são usadas partes dele de forma que não causa a doença. Ao entrar em contato com o microrganismo, a pessoa aciona seu sistema de defesa e fica resistente à doença. No caso da dengue, a vacina pode fazer com que a pessoa tenha uma forma ainda mais grave da doença quando entrar em contato com o microrganismo que a causa.
A dengue se instalou no Brasil em 1986, quando atingiu estágio de epidemia. Este ano, há riscos de termos uma nova epidemia, segundo alerta o entomologista Ricardo Lourenço, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Para ter impacto maior no controle da doença, deveriam ser feitas campanhas intermediárias no inverno no auge da seca, quando o mosquito está recolhido, e não apenas no verão”, afirma Lourenço. Em sua avaliação, mesmo tendo muitas mortes causadas pela doença, ainda não houve uma boa conscientização entre as pessoas.
A hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco) ou pela veia em abundância é a medicação fundamental e está indicada em todos os casos. Todos os casos precisam de tratamento médico.
Data Publicação: 02/12/2021