Por: Maria Ramos
Em 1830, o químico francês Charles Sauria adicionou fósforo branco (P4), também chamado de amarelo, aos palitos para acabar com o mau cheiro. Depois de algum tempo, no entanto, descobriu-se que a substância era altamente tóxica.
Os trabalhadores das indústrias, expostos continuamente ao fósforo branco, desenvolviam doenças nos ossos, especialmente na mandíbula, desfigurando completamente os seus rostos. Crianças que comiam o fósforo dos palitos também ficavam com deformidades ósseas. Apenas uma caixinha continha fósforo suficiente para matar uma pessoa!
Em 1836, nos Estados Unidos, Alonso D. Philips conseguiu uma patente para os fósforos de fricção, que ele chamou de Loco focos. Mas eles ainda eram muito perigosos, porque continuavam contendo fósforo branco, que além de ser venenoso, incendiava-se facilmente, provocando acidentes.
Para maior segurança, em 1844, o professor Gustaf Erik Pasch propôs que os ingredientes necessários para a combustão fossem colocados em dois locais diferentes: na cabeça do palito e do lado de fora da caixa, junto com o material abrasivo. Essa ideia, associada à descoberta do fósforo vermelho em 1845, por Anton von Schrötter, permitiu que o sueco Johan Lundström começasse a produzir fósforos de segurança em 1855.
O fósforo vermelho, obtido a partir da exposição à luz solar ou do aquecimento a 250ºC do fósforo branco, tem a vantagem de não queimar espontaneamente e ser bem menos tóxico. Mas também deve ser manuseado com cuidado, pois o seu aquecimento produz fumaças nocivas.
Na busca por um fósforo mais seguro, dois químicos franceses, Savene e Cahen, também desenvolveram, em 1898, um palito usando sesquissulfeto de fósforo (P4S3). Eles provaram que a substância não era venenosa e, embora esses palitos pudessem ser acesos por atrito em qualquer superfície áspera, não eram explosivos como os de fósforo branco. Atualmente, eles são considerados perigosos e, por isso, proibidos em aeronaves.
Apesar de todos os riscos para a saúde e de incêndios acidentais, o fósforo branco, por ser mais barato, continuou sendo usado até 1906. Nesse ano, vários países firmaram um compromisso na Convenção de Berna de não mais produzir, nem importar palitos de fósforos feitos a partir do fósforo branco.
Data Publicação: 18/01/2022