Por: Maria Ramos
Se, com a proximidade das férias e a bateria de provas de fim de ano na escola, você não lembrou de admirar as flores na Primavera, não deixe de observar a quaresmeira ou flor-de-quaresma, como são conhecidas as árvores do gênero Tibouchina.
Elas têm esse nome porque geralmente florescem próximo ao período religioso da Quaresma, que vai da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Páscoa, embora também possam florescer em outras épocas do ano.
Por causa da intensidade de suas floradas e a boa adaptação ao ambiente urbano, as quaresmeiras, com porte entre 7 e 12 metros, têm sido cada vez mais utilizadas na arborização de cidades, especialmente do Sudeste do Brasil. Devido à sua importância ecológica na reconstrução de áreas verdes, foi até eleita a árvore-símbolo de Belo Horizonte.
Algumas espécies
O gênero Tibouchina (Família Melastomataceae) está distribuído principalmente em regiões tropicais e subtropicais da América e inclui aproximadamente 350 espécies, sendo 129 nativas do Brasil.
A mais comum nas cidades brasileiras é a Tibouchina granulosa. Tem entre 8 e 12 metros de altura e é muito vistosa pela abundância de suas flores, que podem ser roxas ou rosas. Por isso, é muito usada em projetos de paisagismo. Suas flores geralmente desabrocham duas vezes ao ano, entre junho e agosto, e de dezembro a março, nesse último período com mais intensidade. Ocorre naturalmente na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, sobretudo na floresta pluvial da encosta atlântica.
Já a Tibouchina mutabilis é uma espécie muito interessante, porque suas flores mudam de cor, do branco para o roxo, à medida que envelhecem. Possui entre 7 e 12 metros de altura e floresce durante os meses de novembro e fevereiro.
Por ser encontrada na floresta pluvial da encosta atlântica, do Rio de Janeiro até Santa Catarina, a T. mutabilis também é conhecida como manacá-da-serra. Outros nomes populares são jacatirão, flor-de-maio, flor-de-quaresma e pau-de-flor.
Nas áreas de restinga da Mata Atlântica, é encontrada a Tibouchina pulchra que tem características bem semelhantes a T. mutabilis.
Fontes de informação:
Lorenzi, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 01, 4 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
Lorenzi, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 02, 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.
Data Publicação: 25/11/2021