Por: Bruno Delecave

Sabe aquela vontade de dormir até mais tarde quando está fazendo frio? É tão bom ficar debaixo do cobertor que não dá vontade de sair nem para ir à escola. Não pense que só você se sente assim. Muitos bichos também gostam de dormir um pouco mais quando está muito frio. Alguns chegam a dormir o inverno inteiro, só acordando para comer, ou nem isso.

Mas diferentemente de você – que só está sentindo preguiça – esses animais precisam dormir mais durante o inverno para poupar energia. Esse sono prolongado é chamado de hibernação. Quando hiberna, as funções vitais de um animal diminuem muito, quase parando.

Hibernar é muito importante, pois durante o inverno há pouca comida disponível. Além disso, quem sai da toca corre o risco de congelar. Dormindo, gasta-se pouca energia e fica mais fácil esperar o inverno acabar para buscar alimentos.

Quem dorme mais?

Para não morrer de fome durante esse sono prolongado existem duas estratégias. Alguns animais – como a marmota – comem muito e engordam antes do inverno chegar. Durante a hibernação, vão consumindo essas reservas de gordura. Outros – como os esquilos – armazenam alimentos em sua toca. Durante o inverno, acordam apenas para comer, defecar e urinar.

Além de marmotas e esquilos, muitos outros animais também hibernam, como os ouriços e morcegos. Já ursos e castores, apesar de também dormirem muito durante o inverno, não entram em uma hibernação verdadeira, pois suas funções vitais não diminuem tanto quanto as de outros animais.

Hibernando no espaço

Apesar do homem não hibernar, cientistas já estão pesquisando como fazer seres humanos hibernarem artificialmente. Acredita-se que seria possível fazer alguém que esteja doente dormir até a descoberta de uma cura.

Outra utilização seria colocar astronautas para dormir durante longas viagens espaciais. Essa pesquisa pode ser essencial para a exploração do espaço sideral, pois as distâncias entre as estrelas são enormes. Uma viagem para outro sistema solar poderia durar muitos anos. Quando chegassem lá, os astronautas já estariam muito velhos.

Consultoria: Paula Barja – Museu da Vida.

Ilustração: Sérgio Magalhães – Museu da Vida.