Em uma floresta, um homem está parado, de pé, em frente a uma árvore de grandes proporções, com cerca de oito vezes o seu tamanho. Ao fundo, outras árvores semelhantes. Crédito: welcomia/iStock

Fig.1: Compare o tamanho do ser humano com o da sequoia da Giant Sequoias Forest. Crédito: welcomia/iStock

Conheça a sequoia, árvore que pode atingir 100 metros de altura

Quando você pensa nos maiores seres vivos do planeta, o que vem à sua cabeça? No ambiente aquático, por exemplo, a baleia-azul (Balaenoptera musculus) pode atingir cerca de 30 metros de comprimento (mais ou menos o mesmo que dois caminhões enfileirados) e pesar mais de 180 toneladas (cerca de nove caminhões). Nos ambientes terrestres, existem girafas (Giraffa camelopardus) que alcançam quase 6 metros de altura. Algumas árvores, no entanto, vão além! É o caso do mogno, da samaúma, do jequitibá-rosa e de outras espécies brasileiras. Mas quando o assunto é tamanho, nenhuma árvore está à altura das sequoias!


 

O que é uma sequoia?

Sequoias são árvores de grande porte, que podem atingir mais de cem metros de altura. Algumas são tão famosas por seu tamanho que receberam apelidos, como a Hyperion, tem 115 metros de altura e é maior do que 19 girafas empilhadas. Outra sequoia, apelidada de General Sherman, é uma das árvores mais volumosas do planeta. Sua base, com mais de 30 metros de circunferência, sustenta um peso superior a 1.400 toneladas, ou seja, o equivalente a quase oito baleias-azuis.

 

Você sabia?
Na Mitologia Grega, Hyperion é o nome de um Titã, pai do Sol e da Lua.

 

Túnel feito com tronco de sequoia sobre estrada no Sequoia National na Park, localizado na Califfórnia (EUA).

Fig. 2: Registro de túnel feito no tronco de uma sequoia do Sequoia National Park, na Califórnia, EUA. Crédito: bloodua/iStock.

 

As sequoias são “parentes” dos pinheiros, ou seja, pertencem ao grupo das gimnospermas, plantas que têm sementes, mas não têm frutos (a palavra “gimnosperma” tem origem grega e significa “semente nua”, sem proteção). As gimnospermas também não têm flores, em geral os órgãos reprodutivos ficam em estruturas em forma de cone chamadas estróbilos. Aqui no Brasil, os cones dos pinheiros são chamados de pinhas e usados em enfeites de Natal, por exemplo.

 

 

Além de estar entre os maiores organismos vivos do planeta, essas árvores também estão entre os mais antigos. Elas podem viver de dois a três mil anos. A idade pode ser determinada a partir dos anéis presentes nos troncos. O estudo desses anéis também permite avaliar históricos do clima e de incêndios, uma vez que o fogo também imprime cicatrizes nas árvores.

Três espécies de árvores são popularmente chamadas de sequoias: Sequoia sempervirens, conhecida pelo nome comum de sequoia-vermelha ou sequoia-costeira; Sequoiadendron giganteum, cujos nomes comuns são sequoia-gigante ou árvore-mamute; e Metasequoia glyptostroboides, também chamada de sequoia do amanhecer.

 

 

Fig. 6: Árvore General Sherman (Sequoiadendron giganteum). Crédito: Tuxyso/WikimediaCommons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:General_Sherman_Tree_2013.jpg

 

Fig. 7: Espécime de Metasequoia glyptostroboides. Crédito: Sunzi safari/ WikimediaCommons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:20110507_Metasequoia_glyptostroboides.jpg

 

Onde as sequoias vivem?

A América do Norte é o habitat natural da Sequoia sempervirens e da Sequoiadendron giganteum. A primeira aparece em florestas temperadas costeiras do essas espécies vivem nos Estados Unidos, em florestas nos estados da Califórnia e do Oregon. Grande parte das sequoias está protegida em parques nacionais, como o Sequoia National Park, onde está o espécime General Sherman, e o Kings Canyon National Park.. Já o Hyperion é encontrado no Redwood National Park, também na costa norte da Califórnia. A Metasequoia glyptostroboides, por sua vez, é encontrada na China.

Saiba mais – O fogo e as sequoias: mocinho ou vilão?

Mesmo não sendo nativas, é possível ver sequoias em alguns lugares do Brasil. Essas árvores têm sido cultivadas em vários lugares do mundo, por exemplo, em países da Europa, na Nova Zelândia, no Havaí, na África do Sul e também por aqui. O Parque das Sequoias, localizado em Canela (RS), plantou as primeiras sementes de Sequoia sempervirens foram plantadas a partir de fevereiro de 1950. No local, há sequoias de 70 anos que medem mais de 40 metros de altura e 1,5 metros de diâmetro.

A madeira das sequoias, especialmente da sequoia-costeira, tem sido alvo de exploração comercial há séculos. O uso da madeira é uma das razões que motiva o plantio de sequoias, assim como o cultivo como espécimes ornamentais em parques e jardins e o turismo.

 

Sequoias: juntas entre si e com muitos outros

Mas como será que essas árvores se mantêm de pé com mais de 100 metros de altura? O segredo está na distribuição de suas raízes. Em vez de raízes longas, as sequoias-gigantes apresentam raízes que ficam mais próximas à superfície do solo, porém que se espalham, criando verdadeiras malhas com raízes de outras sequoias. Essas redes permitem que as árvores mantenham o equilíbrio e a estabilidade.

Elas também mantêm relações com outras espécies ao seu redor. Centenas de espécies de insetos e outros artrópodes vivem sobre a sequoia-gigante durante parte da vida. Apesar disso, estudos comparativos feitos nos bosques de Serra Nevada apontam que a fauna de insetos observada nessas árvores é menor do que a identificada em outras coníferas da mesma região. Muitas vezes, a relação entre a árvore e outros seres é benéfica para ambos. É o caso de um besouro serra-pau (Phymatodesnitidus nitidus) que se alimenta da árvore ao mesmo tempo em que auxilia sua reprodução. O besouro coloca seus ovos na base do cone. Quando as larvas saem do ovo, se alimentam da polpa do cone, ajudando a liberar as sementes. Entre os vertebrados, uma espécie que já foi observada alimentando-se dos cones e que também auxilia na dispersão das sementes da sequoia-gigante é o esquilo-de-douglas (Tamiasciurus douglasii).

Além disso, as sequoias desempenham papel importante na absorção de gases relacionados ao efeito estufa. Alguns cientistas têm inclusive defendido o plantio de clones dessas árvores como estratégia de combate ao aquecimento global.

 

Fontes consultadas:

Reece J et al. Biologia de Campbell. Porto Alegre: Artmed, 2015. 10 ed.

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Stephenson N, Brigham C. Preliminary Estimates of Sequoia Mortality in the 2020 Castle Fire. U.S. National Park Service. www.nps.gov. https://irma.nps.gov/DataStore/DownloadFile/450710. Publicado em 25 de junho de 2021. Acessado em 19 de janeiro de 2022.

Stecker R. CHAPTER 7: THE ROLE OF INSECTS IN GIANT SEQUOIA REPRODUCTION. Giant Sequoia Ecology: Fire and Reproduction. NATIONAL PARK SERVICE. www.nps.gov. https://www.nps.gov/parkhistory/online_books/science/12/chap7.htm. Atualizado em 6 de março de 2007. Acessado em 19 de janeiro de 2022.

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Wikipedia. Sequoia sempervirens. https://en.wikipedia.org/wiki/Sequoia_sempervirens. Atualizado em 4 de janeiro de 2022. Acessado em 19 de janeiro de 2022.

Wikipedia. Sequoiadendron giganteum. https://en.wikipedia.org/wiki/Sequoiadendron_giganteum. Atualizado em 14 de janeiro de 2022. Acessado em 19 de janeiro de 2022.

Wikipedia. Metasequoia glyptostroboides. https://en.wikipedia.org/wiki/Metasequoia_glyptostroboides. Atualizado em 12 de janeiro de 2022. Acessado em 19 de janeiro de 2022.

 

Por Teresa Santos

Data Publicação: 11/04/2022