Por: Juliana Rocha
Vira e mexe é aquela agitação: juntar toda a família, aprontar as malas, fazer um check-up no carro e descobrir quais caminhos nos levam ao destino escolhido para a viagem. Pois nós não somos os únicos a embarcar nesse tipo de aventura. De tempos em tempos, outros animais também põem o pé na estrada.
Ao movimento periódico entre duas áreas diferentes chamamos migração. Andorinhas azuis (Progne subis), tesourinhas (Tyrannus savana), douradas (Brachyplatystoma rousseauxii), baleias jubartes (Megaptera novaeangliae) e tartarugas verdes (Chelonia mydas) são apenas alguns exemplos de espécies migratórias encontradas no Brasil.
Os animais que apresentam comportamento migratório percorrem as mais variadas distâncias, em busca de um local para reprodução ou melhores condições climáticas e abundância de alimentos. O mais comum é que voltem ao ambiente de origem, mas em alguns casos a mudança pode ser definitiva.
O sucesso do empreendimento depende de uma série de preparativos. Muitas espécies sentem mais fome na temporada que antecede a migração: a ingestão de uma maior quantidade de alimentos lhes permite criar reservas de gordura, que serão usadas durante as muitas horas de viagem. Outros animais experimentam ainda uma diminuição da necessidade de descanso; a hiperatividade lhes garantirá vencer as distâncias mais rapidamente.
Hormônios são responsáveis tanto pela regulação do sono e do apetite como pelo crescimento e maturação das glândulas sexuais. Assim, ao serem liberados, esses sinais químicos preparam, paralelamente, o organismo do animal para a temporada migratória e para a reprodução.
Fatores ambientais também influenciam o comportamento dos animais: a diminuição do número de horas de luz solar, a queda na temperatura, as mudanças na vegetação e a diminuição da oferta de alimento indicam quando é tempo de migrar.
Para se orientarem pelo caminho, os animais recorrem a múltiplos mecanismos: correntes de ar ou água, referências geográficas como cadeias de montanhas, vales e cursos de rios e instintos particularmente bem desenvolvidos na espécie como o olfato – caso dos salmões – ou a capacidade de detectar magnetismo, própria às tartarugas.
Fontes de informação:
Sick, Helmut. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Zabel, Richard W. Spatial and Temporal Models of Migrating Juvenile Salmon with Applications. Seattle: University of Washington, 1994.
Wikipedia
Monarca Watch Organization
Itaipu Binacional
Data Publicação: 25/11/2021