Por: Irene Cavaliere
Pense em um local que precise de iluminação bem clara para todo o ambiente, acesa o tempo todo. O consumo de energia deve ser bastante alto, não é? Por isso, em lugares como escolas, escritórios e hospitais, a iluminação é feita com lâmpadas fluorescentes, também conhecidas como lâmpadas eletrônicas. Elas são mais econômicas e funcionam segundo o princípio da luminescência.
Uma substância é luminescente quando emite luz visível a baixa temperatura ao receber algum estímulo – por exemplo, luz ultravioleta, reações químicas ou radiação. Essa luminescência pode ser fluorescente, quando a luz só é emitida enquanto dura o estímulo; ou fosforescente, quando a emissão de luz vai ocorrendo aos poucos, após o estímulo já ter sido interrompido, como se vê em ponteiros de relógios, por exemplo.
Lâmpada de descarga
A lâmpada fluorescente é uma lâmpada de descarga, ou seja,ilumina devido a;uma corrente elétrica fluindo através do gás no tubo de vidro. Outras lâmpadas também funcionam por esse mecanismo. As fluorescentes possuem em seu interior mercúrio líquido e um gás inerte mantidos sob baixa pressão – pois em alta pressão os gases dificilmente conduzem corrente elétrica.
Assim, quando acionamos o interruptor, a energia transforma os átomos de mercúrio em vapor, produzindo luz ultravioleta, que, por sua vez, faz o tubo de vidro, coberto de phosphor – um material à base de fósforo – produzir luz visível. Ou seja, quem é fluorescente nessa história toda é o fósforo.
Consumo de energia
Como praticamente não desperdiçam energia em calor, as lâmpadas frias são mais econômicas que as incandescentes: possuem eficiência luminosa de 3 a 6 vezes superior (de 50 a 80 lm/W), vida útil de 4 a 15 vezes mais longa (podem durar acima de 10 mil horas) e cerca de 80% de redução de consumo de energia.
Antigamente, as lâmpadas fluorescentes eram instaladas basicamente em lugares públicos, como escritórios e lojas; nas casas, ficavam apenas nas cozinhas e banheiros. Era necessária uma instalação diferente para o formato de tubo comprido, e a luz que elas emitiam, de um branco azulado, cansava a visão. Atualmente, usando combinações de fosforosos diferentes e modernizando os reatores, os fabricantes conseguiram variar a cor da luz e desenvolveram as lâmpadas compactas, que encaixam nos mesmos bocais das incandescentes.
Liga-e-desliga
Com isso, para economizar na conta de luz, as pessoas começaram a utilizar as lâmpadas fluorescentes em todos os cômodos das casas. Mas essas lâmpadas são mais caras e para que a relação custo/benefício seja vantajosa é preciso observar alguns aspectos: um deles é o “liga-e-desliga”.
Provavelmente, você já ouviu alguém reclamar quando a luz de um ambiente é deixada acesa sem ninguém dentro. Mas se a lâmpada em questão for fluorescente, o errado é ficar acendendo e apagando toda hora! O momento em que a lâmpada fluorescente consome mais energia é no seu acendimento (mas ainda menor do que na incandescente). Além disso, o número de acendimentos de uma lâmpada fluorescente reduz sua vida útil. Por isso, só vale a pena apagar a luz se o tempo de desligamento for superior a 15 minutos.
Desvantagens ambientais
Outro aspecto muito importante em relação a esse tipo de lâmpada é o seu descarte. Por possuírem mercúrio e fósforo, não podem ser jogadas no lixo comum. Esses elementos são extremamente tóxicos para o homem e para o meio-ambiente. O fósforo favorece o surgimento de câncer e provoca lesões nos rins e no fígado. O mercúrio pode afetar a pele, olhos, vias respiratórias e sistema nervoso.
No Brasil, a reciclagem dessas lâmpadas ainda é muito cara e pouco realizada. Apenas 6% das lâmpadas fluorescentes são recicladas, sendo que 100 milhões são consumidas por ano! Para onde vão o mércúrio e o fósforo dos outros 94%?
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2. Roger Smith / Flicr
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Data Publicação: 29/11/2021