Por: Maria Ramos
Fim de namoro e um novo companheiro: o chocolate. Quem nunca viu uma cena parecida ou até mesmo recorreu a essa deliciosa guloseima num momento de carência emocional? Há quem garanta que comer chocolate dá uma sensação de prazer e felicidade… Pelo menos, até que se perceba os quilinhos a mais, no caso de ter exagerado.
O chocolate realmente possui, ainda que em pequena quantidade, uma substância química chamada feniletilamina, que é a mesma produzida pelo nosso corpo quando estamos felizes ou apaixonados. Além disso, ele pode aumentar o nível de serotonina no cérebro, responsável pela sensação de bem-estar. Mas os cientistas ainda têm muito o que estudar sobre os efeitos do chocolate no humor e na saúde das pessoas. Afinal, ele possui mais de 300 substâncias químicas!
De que é feito o chocolate?
O chocolate é feito a partir das sementes do cacau, um fruto que tem sua origem no continente americano, provavelmente nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. As sementes, depois de fermentadas e torradas, são separadas da casca e moídas. O calor da fricção da moagem derrete o conteúdo dos grãos e assim são extraídos a gordura, mais conhecida como manteiga de cacau, e o licor, um líquido espesso, marrom e amargo.
O licor misturado à manteiga de cacau, depois de frio, vira o chocolate amargo, usado como base em sobremesas, bolos e biscoitos. O meio amargo leva ainda açúcar, às vezes, leite em pó e aroma de baunilha. O chocolate ao leite têm menos licor de cacau, mais açúcar e leite. Já o branco, do cacau, só tem a manteiga. Por não levar o licor, que dá o sabor característico do chocolate preto, muitos amantes do doce não o consideram um chocolate legítimo.
É um alimento saudável?
Além de dar uma leve sensação de bem-estar, o chocolate, principalmente o amargo, possui flavonóides, substância encontrada naturalmente no cacau e também em frutas, vegetais, chás e vinho tinto. Pesquisas recentes mostram que os flavonóides funcionam como um antioxidante, prevenindo ou retardando danos a células do corpo, o que pode ser bom para a circulação sanguínea. A manteiga de cacau, usada na fabricação do chocolate, também não é considerada uma gordura ruim, pois não eleva os níveis de colesterol no sangue.
Mas é bom lembrar que principalmente o chocolate ao leite, o mais consumido no Brasil, leva ainda outros tipos de gordura e é rico em açúcar e calorias, que podem fazer mal ao coração. A maioria dos estudos também não diz a quantidade ou por quanto tempo é preciso comer chocolate para se alcançar esses benefícios e, muito menos, dão o balanço dos riscos para a saúde a longo prazo.
Chocolate engorda?
Depende da quantidade. Geila Felipe, nutricionista da Fiocruz e do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição da região Sudeste, diz que as pessoas tendem a superestimar as calorias do chocolate. Um tablete pequeno de 20 gramas de chocolate ao leite, por exemplo, tem aproximadamente 110 quilocalorias (Kcal).
Agora, se você é daqueles que devoram facilmente uma barra grande de 100 gramas ou uma caixa inteira de bombons, é bom tomar cuidado. Uma pessoa adulta precisa em média entre 2.000 e 2.500 Kcal. Se você ultrapassar suas necessidades diárias, irá engordar.
O mesmo vale para quem quer emagrecer. Geila defende que, se a pessoa gosta muito de chocolate, não haverá problema de incluí-lo na dieta, desde que seja só um pedacinho. E não adianta recorrer aos do tipo diet. Eles são para quem tem diabetes. Por isso, apesar de não conterem açúcar, podem ser até mais calóricos do que os outros, por causa da maior quantidade de gordura.
Os nutricionistas recomendam para uma pessoa saudável o máximo de 30 a 50 gramas de chocolate por dia.
Conheça a história do chocolate
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Data Publicação: 02/12/2021